Cidades do mundo: Edimburgo

Saindo um pouco da mesmice, e também para resgatar uma das seções mais queridas (e esquecidas) aqui do Blog, vamos retomar as Dicas de Viagem. E, para fazê-lo em alto estilo, iremos hoje conhecer uma das cidades mais fascinantes do planeta: Edimburgo, ou, para quem é mais chegado, “Edimbrá”.

Edimburgo

Capital da Escócia, Edimburgo oficialmente faz parte do Reino Unido. Mas como os escoceses nunca se deram muito bem com os ingleses, o país em geral – e sua capital, em particular – ostentam uma gostosa sensação de liberdade, como se fato vivessem em um mundo à parte do Império Britânico. Desde 1999, a cidade também é sede do Parlamento Escocês, uma forma ainda tímida de expressar sua “independência” da Coroa, objetivo ainda perseguido por boa parte da população nativa, incluindo Sean Connery.

Independentemente de questões políticas, o fato é que a Escócia é realmente diferente do Reino Unido. Não só pela efígie de suas cédulas, que, a despeito de serem cunhadas sob a égide da libra esterlina, trazem figuras locais onde normalmente estaria a Rainha Elizabeth II. Não. O que faz os escoceses diferentes dos britânicos é a genuinidade do seu humor. Enquanto os ingleses praticam em regra um humor áspero, no meio do caminho entre o deboche escrachado e a ironia arrogante, os escoceses são simplesmente autênticos, engraçados e divertidos. É impossível não simpatizar com eles e, com um pouco mais de audácia, você facilmente se veria metido dentro de um pub vertendo uma boa blonde enquanto assiste a uma partida do Rangers na TV. Aliás, não seria exagero sequer dizer que Edimburgo é uma cidade mais divertida do que Londres, embora as atrações da capital britânica sejam superiores em comparação.

Uma desvantagem a ser registrada, todavia, diz respeito ao clima. Se Londres normalmente é fria, Edimburgo em geral é geeeellllaaaddda. Como fica bem mais ao norte, a cidade sofre com mais frequência com os ventos frios que vêem do Circulo Polar Ártico. Por isso, ainda que você não viaje no inverno, sempre é bom levar um agasalho extra pra poder enfrentar as temperaturas mais baixas, seja na primavera ou no outono.

Uma vez que o traslado até Edimburgo envolve efetivamente uma viagem, o planejamento sugere que você reserve pelo menos uns bons 4 ou 5 dias para poder aproveitá-la ao máximo. Até porque, a menos que você tenha obrigações por lá, será difícil retornar tão cedo.

Deixando o papo furado de lado, vamos ao que realmente interessa: um roteiro básico de quatro dias pela capital escocesa:

Dia 1

Primeiro dia é sempre o dia em que se deve remover os obstáculos obrigatórios que vêm pelo caminho. Nesse caso, isso significa ir direto para o Castelo de Edimburgo. Com mais de mil anos de história, o castelo se ergue majestoso sobre a paisagem da cidade, sendo o ponto de referência para praticamente tudo por lá. Uma boa visita não dura menos que um turno, sendo vivamente recomendado contratar uma daquelas excursões a pé com guias locais. Além da preferência na fila, você ainda vai poder conhecer melhor toda a história do castelo, inclusive as bizarrices históricas do filme Braveheart.

De lá, você pode descer e passear pelo Prince Street Gardens, para logo em seguida seguir para a Prince Street, a principal rua de comércio de lá. Há alguns restaurantes mais em conta pela região, mas não será vergonha nenhuma escolher algum fast food, já que a cidade é realmente bastante cara. O resto do dia pode ser muito bem gasto numa caminhada pela Old Town, que não fica muito distante dali.

Dia 2

Ainda na fase getting the obvious stuff out of the way, a dica é seguir para o Palácio de Holyrood. Residência de verão da Rainha da Inglaterra, o Palácio é um desbunde. Menos por sua arquitetura e mais pelos imensos jardins, que tomarão pelo menos uma hora de caminhada.

Holyrood Palace

Aproveitando que você está por lá, uma boa sugestão é seguir direto para o Holyrood Park e subir até o Arthur’s Seat, um vulcão extinto que se tornou o principal mirante da cidade. Os mais audaciosos dirão que o melhor é fazê-lo no amanhecer ou ao pôr-do-sol, mas isso depende muito da sua disposição para enfrentar ventos cortantes de tão gelados que passam por lá. Na dúvida, prefira ir ao pino do meio dia, quando pelo menos o Astro-Rei lhe dará uma trégua passando um pouco do seu calor.

Arthur's Seat

Para terminar o dia, siga para a Dynamic Earth, um curioso museu que perpassa os 4,5 bilhões de anos da Terra.

Dia 3

Se os dois primeiros dias foram gastos fazendo o circuito obrigatório de Edimburgo, o terceiro está reservado para coisas menos óbvias. Sendo assim, pegue um transporte – o Sightseeing Bus também se enquadra nessa categoria – e siga para o porto, onde você encontrará uma verdadeira jóia ancorada: o Royal Yatch Britannia. Trata-se do iate real da Rainha, que esteve em operação por mais de 30 anos, e hoje se transformou em um museu para visitação dos curiosos. Pode parecer um passeio démodé, mas garanto que você vai pensar diferente depois de fazê-lo. Uma vantagem adicional é haver o Ocean Terminal logo em frente, um verdadeiro shopping onde você pode fazer compras e também tirar a barriga da miséria.

Saindo de lá, a tarde pode ser muito bem gasta em um agradável passeio pelo Jardim Botânico da cidade, um espetáculo para os olhos e também para os pulmões.

Dia 4

O último dia fica à escolha do freguês. Se você faz mais o gênero cult, uma idéia é ir ao Museu de Edimburgo, o aconchegante museu da cidade, também conhecido como “casa falante”, por conta das inscrições em latim na sua fachada. Mas se seu esquema é mais ao ar livre, a melhor dica é seguir para a Calton Hill. Além de contar com uma das mais belas vistas da cidade, o acesso é bem mais amigável do que o Arthur’s Seat. Pra quem gosta de ver as coisas do alto, mas sem se esgoelar para isso, essa é a melhor pedida.

O restante do último dia sugere uma última rodada pela cidade velha, incluindo uma boa promenade pela Royal Mile, a rua principal da Old Town. A ordem é se deliciar com a cidade e não se deixar abater pelo sentimento de que está acabando. Afinal, o que não ficar guardado na sua memória ficará guardado no seu coração, não é verdade?

É o que você vai entender quando visitar a capital da Escócia…

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