Um dos objetivos declarados deste espaço é servir como instrumento de utilidade pública. Sabendo que muitos dos freqüentadores do Blog são costumeiros viajantes internacionais – a despeito da recente alta do dólar -, acredito que seja útil compartilhar convosco os meandros através dos quais se consegue obter o visto norte-americano.
Há, claro, quem prefira tirá-lo valendo-se do pagamento de taxas a algumas agências que prometem “intermediar” a concessão do visto. No entanto, não só essa intermediação é inteiramente desnecessária – porque você pode fazer isso sozinho -, como também, fazendo através dessas agências, você corre o risco de comprar gato por lebre. Apenas para citar um exemplo, um casal próximo contratou uma delas para tirar o visto no consulado do Recife. Ao chegar lá, descobriu que a entrevista fora marcada para o Rio de Janeiro.
Bom, o primeiro passo é o mais sacal: preencher o formulário DS-160, destinado a visitantes não imigrantes. Você pode acessá-lo clicando aqui. Infelizmente, o formulário deve ser preenchido inteiramente em inglês, mas isso não é problema. Não é necessário um conhecimento muito profundo da língua de Shakespeare. Quatro semestres de Pink and Blue Freedom devem ajudar qualquer um a desenrolar o preenchimento do formulário.
Neste primeiro passo, recomenda-se paciência. Sim, porque o formulário é longo, extenso e com perguntas idiotas do tipo “Você já usou drogas?”, “Você pretende residir ilegalmente nos Estados Unidos?” e até mesmo se “Você já cometeu ou auxiliou alguém a praticar um atentado terrorista contra os EUA?” Tudo isso e mais a briga com o site para poder fazer o upload de uma foto sua. Sugiro escanear uma foto 3×4 em pdf, para poupar tempo e saúde.
Dica importante: em quase todos os casos, o tipo de visto que você irá tirar é B1/B2, ou seja, visto de turista não residente.
O segundo passo é pagar as taxas consulares. Esse passo é mais fácil. Você vai precisar do código que você recebe depois de preencher o Formulário DS-160. Depois de preencher os dados, você pode efetuar o pagamento pelo cartão de crédito. O custo é de US$ 160. Para acessá-lo, basta clicar aqui.
Feito o pagamento, o passo seguinte é o que vai demandar mais atenção: agendar a visita ao Centro de Atendimento ao Solicitante de Visto (CASV) e a entrevista consular. Isso você pode fazer clicando aqui. Atente que você pode escolher a cidade onde vai tirar o visto. O cuidado deve residir em marcar a visita ao CASV e ao Consulado para a mesma cidade. Sim, são dois passos, para os quais normalmente você vai precisar de dois dias em seqüência. No CASV, você irá “tocar piano” e tirarão uma foto sua, que servirá para a emissão do visto. No Consulado, você irá pegar uma velha e boa fila (recomendo marcar para o mais cedo possível) e será entrevistado por um agente consular, que irá olhar para a sua cara, para o seu formulário e para os seus documentos a fim de decidir se você receberá ou não o visto de turista.
Embora o site da embaixada norte-americana e do consulado não especifiquem documentos a levar para a entrevista, é recomendado levar os últimos três contracheques, declaração de Imposto de Renda e comprovante de endereço. O raciocínio para a concessão do visto é bem simples: quem tem emprego fixo, renda alta e patrimônio (casa e carro) no Brasil, dificilmente irá imigrar para os Estados Unidos. Isso faz de funcionários públicos e gente com a conta recheada candidatos quase certos ao deferimento da autorização de visita. Da mesma forma, no caminho inverso, quem não tem emprego fixo e cujos contracheques não batem com a declaração do Imposto de Renda, são candidatos potenciais a levar um fora do agente consular.
Uma vez deferido o visto, você receberá os passaportes pelos Correios na sua casa em menos de uma semana. Nesse aspecto, a eficiência americana rivaliza com a suíça.
Último lembrete: o visto não garante sua entrada automática nos Estados Unidos. Ao chegar à imigração, você deve portar consigo viagem de volta, comprovante de hospedagem e, claro, dinheiro para se manter por lá. Se faltar qualquer dessas coisas, você se arrisca a ser deportado da mesma forma que alguém sem visto.
Acho que é isso. Espero que vos tenha ajudado.
Para quem for à América, portanto, a very good trip.
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