Pois é, meus caros.
Quem diria?

Onze anos se passaram desde aquele curioso 18 de janeiro de 2011, quando este que vos escreve resolveu liberar-se das amarras impostas pelos 140 caracteres do Twitter para, enfim, poder compartilhar convosco os pensamentos que de vez em quando perpassam pela minha mente. Mais de uma década depois, cá estamos e continuamos, a despeito dos perrengues e das confusões pelas quais eu e o país passaram nesse tempo todo.
A confissão que faço é a mesma que é professada em cada aniversário deste Blog: nunca imaginei que o espaço fosse durar tanto tempo. Até o momento, não alcancei a razão para justificar tamanho empenho em manter ativo o Dando a cara a tapa. Com uma vaidade cada vez menor (amadurecer, na sua essência, é um processo progressivo de perda de vaidade), nem mesmo aquela satisfação interna que costuma seduzir os mais frágeis de espírito pode ser usada como escudo para explicar tamanha longevidade.
Talvez a resposta para isso tudo resida na própria essência daquilo que vem a ser um Blog: um registro diário de acontecimentos. O leitor amigo que tiver curiosidade e paciência suficiente para revisitar os mais de seis mil posts deste espaço haverá de compreender que o sujeito que começou a escrever o Dando a cara a tapa em 2011 era certamente outro em relação a este que escreve agora.
Não é pra menos. Em janeiro de 2011, dentre outras coisas, Dilma Rousseff acabara de assumir a presidência da República, Donald Trump era apenas o apresentador de O Aprendiz e o Vasco era um dos favoritos no Brasileirão da primeira divisão. Ninguém imaginava que a democracia pudesse voltar a ser ameaçada no Brasil, nem muito menos que pudéssemos passar por uma pandemia semelhante à gripe espanhola.
Mudou o mundo. Mudou o Brasil. Mudei eu mesmo (e esta mudança é tudo, no que diz respeito a este espaço). Tal como o Bentinho de Dom Casmurro, é como se, lendo, eu pudesse vivenciar novamente tudo aquilo que pude testemunhar nesta década de intensas mudanças, aqui e alhures. E há um quê de satisfação em poder revisitar o passado. Ou por qual outra razão as pessoas tirariam fotos, for God’s sake?
Não há como negar que a presença do público ajudou-me imensamente nessa empreitada. Em 11 anos, foram mais de 750.000 visitantes neste espaço. Nada mal para quem não faz propaganda de si mesmo e nem sequer usa as redes sociais para promover o que escreve. Em que pese a inegável redução das postagens e da ampla variedade de assuntos comentados (o que tende a afastar o público mais aficcionado), o fluxo se mantém ao longo do tempo. Evidência, portanto, de que algum mérito há naquilo que está escrito.
Seja como for, o fato é que, ao contrário do imaginado ao dar início ao Dando a cara a tapa, não me vejo encerrando as atividades deste espaço tão cedo. Se naquele 18 de janeiro de 2011 duas semanas pareciam ser o limite de paciência deste que vos escreve, agora enxergo com grande tranquilidade uma nova década de desafios aqui no Blog.
Para comemorar o décimo primeiro aniversário deste espaço, teremos uma semana de Blog em old fashioned way, isto é, posts diários até a próxima sexta-feira. Como de hábito, analisaremos a Economia, o Mundo e o Brasil em 2022. Saberemos, então, quais são as previsões do Dando a cara a tapa para este ano que se inicia.
Deixo, por fim, meu grande abraço a todos que, de quando em vez, vêm por aqui desperdiçar o vosso precioso tempo para ler estas mal alinhavadas linhas. Foi para vocês que este espaço foi feito.
Cordialmente,
O Autor