Recordar é viver: “O verdadeiro time mais popular do Brasil”

Esporte é saúde. Esporte é vida. E, em um espaço confessadamente dedicado à melhoria da qualidade de vida dos seus visitantes, é evidente que o esporte não poderia ficar de fora.

Uma vez que o futebol é de longe a atividade esportiva que mais atrai a atenção do brasileiro, era até mesmo inevitável que os posts dessa seção acabassem por se concentrar nele.

Já que é assim, vamos recordar o primeiro post da seção, no qual, contra a vontade da oposição flamenguista e corintiana, restabelecem-se os pingos sobre os is.

O verdadeiro time mais popular do Brasil

Publicado originalmente em 1º.2.11

Não, você não viu errado. Eu disse “time mais popular do Brasil”, não o time mais populista, que por acaso também tem sede no Rio. Explico:

Fundado pela colônia portuguesa, o Vasco da Gama sempre foi um time discriminado entre os grandes do Rio. Além do preconceito contra os portugueses, o Vasco era discriminado por ser o primeiro clube do país a admitir negros e mulatos no time. Enquanto outros times tentavam esbranquiçar seus mestiços (os negros do Fluminense eram obrigados a jogar com pó-de-arroz na cara pra disfaçar, daí o apelido do time: “pó-de-arroz”), o Vasco exibia orgulhamente os seus.

E não era pra menos. Com eles, o Vasco ascendeu meteoricamente na cena carioca. Em poucos anos, saiu direto da 3ª pra 1ª divisão do futebol carioca. Com ciuminhos, os outros grandes do Rio resolveram virar a mesa, mudar o regulamento e rebaixar o Vasco de volta pra 2ª divisão.

Sem problemas. No outro, o Vasco não só retornou à 1ª divisão como ainda sagrou-se campeão carioca de 1924.

Sem ter muito o que fazer, os outros clubes resolveram abandonar a Liga Metropolitana do Rio e fundaram a Associação Metropolitana dos Esportes Amadores. Quando o Vasco quis ingressar na AMEA, recusaram a sua entrada, alegando que o time não tinha estádio.

“A questão é estádio?” Não tem problema. Com o apoio de gente de sua torcida e mesmo de torcedores de outros times que não concordaram com a perseguição racista, a Diretoria do Vasco começo a receber doações para construir uma sede com estádio para o clube. O sucesso da campanha foi tamanho que, pouco tempo depois, o clube comprou um terreno e construiu aquele que viria a ser o maior estádio do Brasil até a construção do Maracanã: São Januário.

Depois do sucesso nacional, o Vasco aventurou-se fora do país. No primeiro campeonato sul-americano disputado até então, o Vasco saiu mais uma vez vencedor (1948). Portanto, se o time pelo qual você torce já ganhou alguma Copa Libertadores, agradeça, ao menos em parte, ao pioneirismo do Vasco.

Nos anos 80, veio a famigerada figura de Eurico Miranda, e boa parte da simpatia que o Vasco despertava em torcedores do outro time foi pelo ralo. Mas isso nada tinha a ver com a história do Vasco.

Pra quem ultimamente está perdendo pra esquadras do naipe de Boavista, Rezende e Nova Iguaçu, lembrar da história pode servir de lenitivo. Se você é torcedor do Vasco, não abaixe a cabeça. Nem nos piores momentos. Nenhum dos times brasileiros tem uma história tão gloriosa como tem o Vasco.

E já que é pra falar de glórias passada, nada melhor do que lembrar o refrão: “Recordar é viver: Cocada acabou com você”. Abaixo, o gol de Cocada no carioca de 1988, narrado pelo flamenguista Galvão Bueno:

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2 respostas para Recordar é viver: “O verdadeiro time mais popular do Brasil”

  1. Mourão disse:

    É caro Senador, como as coisas mudaram. Mas o gol de Cocada, e não de Vavá, Almir Pernambuquinho, Delém, Pacoti ou mesmo Roberto Dinamite, foi muito bem escolhido para humilhar a “framengada”.
    Em tempo: o Flu não obrigava os jogadores usarem pó- de- arroz, alguns mestiços usavam porque se sentiam diminuídos pela cor.

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