Um dia fora de Paris

Que Paris é uma cidade encantadora, tudo mundo sabe. O Arco, a Torre, o Louvre, todas aquelas imagens de cinema, parecem todas ali, sobrepostas, ao alcance de uma caminhada. Tantas coisas juntas acabam tomando um tempo danado, e mesmo visitas prolongadas (uma semana ou mais) acabam inteiramente consumidas conhecendo-se a Cidade-Luz. Quando muito, o sujeito pega um RER e vai para Versailles, visitar o magnífico Palácio da cidade.

Mas, depois da terceira ou quarta visita, o sujeito acaba querendo conhecer algo novo, diferente, qualquer coisa que não pareça, assim, obra exclusiva da engenharia humana – que, de resto, é o que faz Paris ser Paris.

Se esse for o seu caso, “seus pobremas se acabaram-se!” Seu rumo deve ser Giverny.

“Gi-ve-o-quê?”

Calma.

Giverny é uma pequena cidade ao norte de Paris. Uma cidade pequena, pacata, que tinha tudo para ser mais uma daquelas cidadezinhas da Europa que parecem cheias de casas de boneca.

Mas Giverny é diferente. Não por ela mesma. O que faz Giverny ser diferente é um ilustre morador que ali viveu seus últimos dias: Claude Monet.

Monet vivia em Paris, mas, cansado da cidade grande, procurou um lugar mais pacato para pintar suas obras. Encontrou em Giverny o local ideal para fazê-lo. Giverny era sossegada, tranqüila e – o que é mais importante – cheia de vida da natureza. Sua flora era especialmente rica, e Monet decidiu criar um jardim em sua residência que mais parecia um aquarela artística. Não à toa, algumas de suas maiores obras, como a Nenúfares, foram pintadas ali.

Depois de sua morte, a casa e seus jardins foram preservados.Você pode visitá-los pagando o ingresso (EU$ 12 a cabeça). Alémdos jardins, há algumas obras de Monet dentro da casa. Há ainda a opção de visitar o Museu do Impressionismo, que é constituído por obras de outros pintores.

Quem visita a cidade e o jardim intocado de Monet, pode entender que, de certo modo, ele foi apenas um meio pelo qual a natureza do local encontrou uma forma de se eternizar. O impressionismo está impregnado na paisagem. A profusão de cores salta aos olhos e emociona mesmo os mais duros na queda, com aquela manifestação tão grandiosa de exuberância. Monet, no fundo, “limitou-se” a retratá-la.

Jardim de MonetGiverny

Para chegar a Giverny, não há mistério. Pegue um metrô até a Estação de Saint Lazare e, de lá, pegue um RER em direção a Vernon. São só uns 40 minutos de trem, embora não seja lá dos mais confortáveis. Chegando na pequeníssima estação, você tem duas opções: ir de ônibus, pagando em torno de EU$ 15 a ida e a volta; ou alugar uma bicicleta por aproximadamente EU$ 5 num dos restaurantes ao lado. Como o caminho até lá é relativamente plano, para quem está disposto, é uma boa pedida. A vantagem é que você vai e vem quando quiser e, no caminho, pode ir parando para descansar, conhecer a cidade e tirar fotos, algo impossível no ônibus, com hora de saída predeterminada.

É importante, no entanto, atentar para o caminho a seguir. Depois de atravessar a ponte que cruza o sena, há uma rodovia à direita, por onde vão os ônibus e os carros. NÃO PEGUE ESSA RODOVIA. Há pista especial de terra um pouco mais acima que margeia a rodovia e segue direto para a Casa de Monet.

Devo advertir que a volta pode ser cansativa. Mas, depois de passar por esse verdadeiro painel impressionista em tamanho real, quem poderá reclamar?

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