Um novo golpe na praça

Entre outras coisas, este espaço tem a pretensão declarada de ser dedicado à utilidade pública. Se é assim, relatarei aqui um novo golpe que atingiu uma pessoa próxima na última sexta-feira. Com isso, espero que os leitores divulguem seu modus operandi e, divulgando-o, acabem por impedir que casos como esse venham a se repetir. O caso é o seguinte:

Uma pessoa idosa vai sozinha comprar algum remédio na farmácia. Cena das mais comuns entre os que passaram de certa idade. Do lado de fora, um dos membros da quadrilha observa calmamente, esperando o momento em que o velhinho se aproxima do caixa. Quando isso acontece, entra na farmácia e se dirige até a fila de pagamento. Lá, observa se o pagamento dá-se por dinheiro ou por cartão de crédito. Se for cartão, o golpe irá acontecer.

Subitamente, a pessoa sai da farmácia e vai para o lado de fora, juntar-se com os demais comparsas. Espera até o idoso sair de dentro e se dirigir ao seu carro. De carro ou de moto, seguem-no até sua residência. Quando chegam na portaria do prédio, descrevem o idoso fisicamente para o porteiro, seu carro, e dizem ser da farmácia. Incauto, o porteiro diz: “Ah, é o Sr(a). Fulano(a) do apartamento tal”. De posse dessa informação, alegam que a compra foi debitada duas vezes e, por isso, precisam entrar em contato com o velhinho para fazer o estorno. O porteiro interfona, relatando o caso, e o meliante sobe.

Na residência do idoso, o criminoso relata a mesma história e pede o cumpom fiscal e o cartão de crédito, para supostamente fazer o estorno. Além disso, pede o telefone, para “entrar em contato” caso ocorra alguma problema. Num momento de distração, troca o cartão do velhinho por outro parecido. Depois disso, anota um número qualquer no cupom fiscal dizendo que é o “número de cancelamento”. Despede-se e vai embora.

Alguns minutos depois, liga outro comparsa. Afirma ser o gerente do banco do idoso. Dá os dados da compra e do cartão de crédito – como modo de dar credibilidade à história – e pergunta se o idoso deseja realmente cancelar a compra. Obviamente, ele diz que sim. Para isso, o “gerente” pede a senha do cartão. Ainda que o idoso relute, o bandido dirá: “Mas se o senhor não me der a senha eu não poderei fazer o cancelamento, e o senhor pagará duas vezes”. “Sem alternativa”, o idoso dá a senha. Pronto. Está concluído o golpe.

Além da divulgação para os conhecidos – especialmente os mais idosos – algumas dicas básicas de segurança podem prevenir esse tipo de golpe (além da óbvia dica de nunca dar informações pessoais pelo telefone).

Primeiro, se você morar em apartamento, nunca – mas NUNCA MESMO – permita que desconhecidos subam até sua residência (salvo caso de mudança, óbvio). Especialmente se forem entregadores de mercadorias, como pizzas e farmácia. Desça e verifique in loco do que se trata. Nada é tão importante assim que exija a subida do estranho à sua casa.

Segundo, procure incutir em seus parentes idosos a idéia de não irem a lugares fazer compras sozinhos, especialmente bancos e farmácias. Se isso for inevitável, é recomendável que levem consigo o dinheiro exato das compras. Com isso, evitam-se golpes como esse, assim como seqüestros-relâmpagos.

Com essas medidas, os riscos de acontecer algo parecido com um ente querido serão bem menores. Faça a sua parte.

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