Um dos motivos que faz com que muita gente prefira vir estudar em Portugal do que em outros países é a (suposta) facilidade com a língua.
Lamento informar, mas Português é uma coisa complementamente diferente de Brasileiro (como eles chamam o nosso português).
Primeiras dificuldades: eles falam incrivelmente rápido. Nesse aspecto, parecem os espanhóis. Além disso, engolem muito as vogais, tal como os franceses.
Em “verdade”, por exemplo, você os ouvirá dizendo somente “verdaD”. O “e” não sai; engole-se como se faz no francês.
Pra piorar, muitos verbos têm conotação diferente no Brasil e em Portugal. Por exemplo: “perceber”, no Brasil, quer dizer “atentar”; em Portugal, é sinônimo do nosso “entender”. Por isso, não estranhe quando você falar uma coisa, o português não entender e replicar: “Não percebi”. Ele quis dizer: “Não entendi”.
Outras coisas curiosas são, primeiro, o chiado. Eles puxam o “s” muito mais do que os cariocas mais da gema podem imaginar. “Essxxxcrever”. Outra coisa curiosa é transformar “xc” e “sc” simplesmente em “x”. Por isso, “Piscina” pronuncia-se “pixina”. “Desça” fala-se “dexa”, e por aí vai.
Além disso, eles utilizam mesmo o “vós”, coisa que nós somente usamos em cerimônias religiosas. E também sempre utilizam a ênclise: “Deixe-me”, ao invés do “Me deixa”; “lhe falar”, “falar-lhe”, etc.
Com o tempo, com dois ou três meses, seu ouvido se acostuma. Mas em alguns casos você ainda terá dificuldades para “perceber” o que o sujeito está falando.
Quem tiver mais exemplos úteis para informar aos incautos, favor postar aqui.
Outros dois exemplos: aqui é ônibus e aí é autocarro; aqui é trem e aí é comboio. Bjos
Pois é Kellyne. Lembrei também uma coisa: o “o” puxa para o francês, e normalmente é pronunciado como “u”. Logo, “Olivais” pronuncia-se “Ulivais”. Bjos.
Ps.: E o artigo sobre o Sudão? Tá bombando a situação lá, não pense que eu esqueci, Dra. Carta Africana, hehehe :-).