Apertem os cintos: Trump is back

Pois é, meus caros. É triste, mas é verdade. Oito anos depois da surpreendente vitória na eleição de 2016, eis que Donald Trump volta a vencer uma disputa presidencial nos Estados Unidos. Ao contrário da primeira vez, quando era tido como azarão frente a Hillary Clinton, nessa de agora Trump sempre pareceu favorito.

A começar pelo caminho traçado em seu próprio partido. Sem rivais à altura, o Laranjão nem sequer se deu ao trabalho de comparecer aos debates das primárias. Um a um, Trump foi derrubando os adversários que vinham pela frente. Rendidos quase sempre sem luta – a honrosa exceção coube a Nikki Haley -, os presidenciáveis do outrora Grand Old Party não fizeram o ex-apresentador de O Aprendiz sequer suar no ringue. O mesmo partido que um dia abrigou Abraham Lincoln e Ronald Reagan pareceu completamente entregue aos ditames e aos caprichos de um escroque trapaceiro, condenado criminalmente.

Não que a culpa seja exclusivamente do Partido Republicano, que fique claro. Se fôssemos rodar o filme para trás, veríamos que os principais culpados pelo retorno dessa assombração não se encontram no rival do Partido Democrata, mas, sim, nas famosas “instituições”. Conforme alertado aqui, depois da intentona golpista de 6 de janeiro, ou os Estados Unidos davam um jeito em Donald Trump, ou a tão decantada bicentenária democracia norte-americana tomaria o rumo do brejo. À falta de ação (e também de disposição) das tais “instituições”, ficamos com a segunda opção. Resta, agora, saber o que será do resto do mundo nessa história.

Como os efeitos do retorno do Nero dos nossos tempos não cabem em apenas um único post, na semana que vem teremos uma daquelas semanas especiais do Blog, com posts todos os dias da semana. Depois da tradicional Crônica do cotidiano de segunda-feira, analisaremos na terça as razões que levaram à derrota democrata (mais do que a vitória trumpista) na última eleição. Na quarta, veremos a implicação do retorno do Laranjão na área da Economia e da Política Internacional. Por fim, na quinta veremos de que modo o regresso do ex-apresentador de O Aprendiz influenciará os rumos da política nacional até 2026. Na sexta, encerraremos com um tristemente profético post na seção Recordar é viver.

Para quem mal acompanha a política brasileira, tentar compreender os efeitos da (re)eleição de Donald Trump pode parecer uma tarefa enfadonha. Afinal, grande parte da população não sabe, não quer saber e talvez tenha raiva de quem sabe alguma coisa de política internacional. É um erro, porém, encarar o resultado de hoje como simplesmente um evento distante, sem qualquer influência no que se passa por estas bandas. Quando Trump derrotou Hillary Clinton em 2016, muita gente boa achou que aquilo era um acidente de percurso e jamais um desastre semelhante se passaria aqui no Brasil.

Deu no que deu.

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