Encerrando esta histórica semana especial de aniversário da Despontando para o anonimato, vamos enfim revelar o vencedor, o nº. 1, o 1º colocado do nosso Prêmio William Forrester. E, na verdade, temos uma vencedora. Porque ninguém se aproximou mais do epíteto de one hit wonder da Literatura Mundial do que a inesquecível Margaret Mitchell.

Margaret Mitchell
Nascida na ainda provincianíssima Georgia da virada do século XIX, Margaret Mitchell cresceu enfrentando o preconceito de tentar ser uma mulher independente. Aos 22 anos, formou-se em Jornalismo e foi tentar a vida em um jornal de Atlanta. Logo depois do casamento, no entanto, uma lesão no tornozelo levou-a por alguns dias a ficar confinada no hospital. Nesse período, pra matar o tempo, Margaret resolveu continuar escrevendo.
À falta de história real, Mitchell pensou em escrever um romance. Definitivamente, foi o melhor aproveitamento de tempo inútil de todos os tempos. Desse período de convalescença, resultou talvez efetivamente o maior romance do século XX (mesmo título que o nosso William Forrester do filme ostentava). Estamos falando, é claro, de …E o vento levou.

…E o vento levou
Lançado em 1935, o livro rapidamente se tornou um best seller. E, como sucesso pouco era bobagem, David O. Selznick resolveu transportar para a telona do cinema a história de amor entre Rhett Butler e Scarlett O’Hara. Com um elenco estelar, todos em seu auge, o filme tornou-se a maior bilheteria de todos os tempos, levando 8 estatuetas em 13 indicações (incluindo o primeiro Oscar para uma pessoa de cor negra em todos os tempos).
Feita a fama, Margaret Mitchell deitou na cama. Montada numa grana estúpida mesmo para aquela época, a escritora parou na obra-prima única e nunca mais voltou a escrever outro livro.
Em 1949, ao sair de sua residência, Margaret acabou atropelada por um táxi. Cinco dias depois, a escritora – e todo o seu talento – deixavam este plano da existência para sempre. O mundo ficava privado de uma de suas maiores escritoras que, para nossa tristeza, resolveu ficar em uma única obra.
Só nos resta o lamento, pois.