Nem só de Roland Garros vivem os one hit wonders do tênis; foi o que mostrou o episódio de ontem com Petr Korda na Austrália. Aliás, se fôssemos fazer um ranking de lugares exóticos para zebras darem as caras no esporte da bolinha e da raquete, é até provável que a disputa entre 0 Aberto da França e o Australian Open ficasse cabeça a cabeça.
Para comprovar essa afirmação, vamos recordar um caso bem recente de vencedor único de Grand Slam na terra Down Under: Thomas Johansson.
Thomas Johansson
Sueco como o grande Stefan Edberg, Johansson não era exatamente um mau jogador. Mas estava bem longe de ser um grande craque da raquete. Sua direita não era especialmente letal e sua esquerda com duas mãos também não incomodava demais o adversário. Até mesmo pela altura (1,80m), seu saque não era excessivamente potente, como, por exemplo, Andy Roddick e John Isner. Talvez sua grande força residisse na consistência de seu jogo; Johansson errava pouquíssimo durante as partidas.
Em 2002, Thomas Johansson foi para a final na Austrália contra o favoritíssimo Marat Safin, o russo que costumava disputar com Guga o posto de número 1 do ranking na época. No primeiro set, um passeio de Safin, com 6×3 sem sequer suar a camisa.
A partir do segundo, no entanto, Johansson desencavou – ninguém sabe da onde – uma força mental que ninguém jamais vira nele em quadra. Sem deixar o russo relaxar, virou o jogo com dois sets seguidos em 6×4.
No quarto set, Safin resolveu mostrar a que veio e levou um jogo duríssimo para o tiebreak. O sueco nem sequer se abalou com a reação do russo. Frio como um balde de gelo, fechando o jogo em 7×6 (com 7×4 no tiebreak).
Assim como nos outros casos, Johansson – que nunca tinha ganhado nenhum título expressivo até então – voltou à rotina e jamais voltou a ganhar um título decente sequer.
Coisas que ninguém consegue explicar…