De maneira intuitiva, todo ser humano tem seus primeiros contatos com o mundo através dos sentidos. Desde o útero materno até a velhice, passamos todo o tempo em interação constante com aquilo que nos cerca. Sentimos, pegamos, vemos, ouvimos e experimentamos um sem número de sensações a partir do contato com outras pessoas ou objetos. A tudo isso que está ao nosso redor damos o sintético nome de “matéria”.
Mas o que é matéria?
Do ponto de vista vernacular, o problema é zero. Matéria é qualquer coisa corpórea, ou, mais sinteticamente, algo do qual outra coisa é feita. Do ponto de vista físico, no entanto, o problema fica mais complexo.
De maneira geral, aceita-se a idéia de que “matéria” é tudo aquilo que ocupa espaço e possui massa em estado de repouso. Desde que os gregos criaram o conceito de “átomo”, a ciência trabalha com a noção de partículas elementares, da qual as outras coisas são feitas. Mesmo com o avanço científico e a descoberta de partículas ainda menores que o átomo – como os quarks -, tal idéia não sofreu qualquer abalo conceitual: tudo seria formado a partir de pequenos tijolinhos que se agrupariam para formar tudo ao nosso redor.
Até aí, nada de mais. Afinal, mesmo o problema de que o espaço observável compõe apenas 10% de toda a matéria que o Universo deveria conter é passível de explicação através de teorias como as da “matéria escura” e da “energia escura”. É dizer: a matéria da qual o Universo é feito está lá, só que nós (ainda) não conseguimos identificá-la.
Um problema, contudo, torna essa noção básica algo inquietante. Mesmo a matéria existente, aquilo que nós identificamos como “concreto”, mesmo, é formada em sua imensa maioria de vazio.
“Como é que é?!?”
Sim, é isso mesmo que você leu. Não bastasse saber que somos compostos de 70% de água e termos mais células bacterianas do que células “humanas”, nós mesmos somos um grande ajuntamento de nada.
“Como assim?” Explico.
Todo mundo lembra do esquema básico do átomo ensinado no primário: um núcleo circundado por um feixe de elétrons. Isso, entretanto, não passa de uma alegoria. Além do fato de que os elétrons ao redor do núcleo se assemelham mais a uma nuvem de energia do que a pequenos pontos orbitando o núcleo, o espaço entre ambos é composto de um imenso vazio.
Imagine, por exemplo, que o núcleo de um átomo seja do tamanho de uma bola de sinuca. Nessa proporção, a nuvem de elétrons estaria a 15km de distância. Entre um e outro, nada; um deserto composto somente de vazio.
Pra piorar, ninguém sabe ao certo como os tijolinhos mais básicos se agrupam para formar o nível seguinte. Sabe-se, por exemplo, que o próton é formado por quarks. Mas os quarks se condensam estreitamente entre si para formar o próton? Ou, à semelhança do átomo, também haveria um imenso vazio entre eles?
Por isso mesmo, a idéia de que toda a matéria pode ser reduzida a pontos individuais, insuceptíveis de divisão, é gravemente abalada pelo fato de que os “pontos” hoje conhecidos são compostos, em sua maior parte, pelo nada.
Será, portanto, que toda a matéria do Universo não passaria de uma grande ilusão?
Eis aí mais um mistério a se juntar aos tantos deste mundo…
“E temos mais células bacterianas do que células ‘humanas'”. E como ficam os “tementes” às bactérias?
Eu acho que ele se esterilizou, Comandante. Vai ver foi por isso que ficou desse jeito, hehehe. Um abraço.
estão dizendo que sou formado por bactérias?
Exatamente.