A Torre Eiffel

Quase toda grande cidade do mundo tem um ícone. Quer dizer: há determinados lugares que integram a zona urbana de alguma metrópole mundial em que basta bater o olho para você dizer: “É de tal cidade”. Os exemplos são vários: desde a Golden Gate em San Francisco até a Cidade Proibida, em Pequim.

Mas se há um monumento que talvez seja o ícone dos ícones das cidades do mundo, esse monumento é a Torre Eiffel.

A Torre Eiffel é, provavelmente, ao lado da Estátua da Liberdade, a principal referência arquitetônica e cultural de uma cidade. Não há pessoa que a veja e não saiba dizer que a Torre fica em Paris, mesmo achando que Paris é a capital da Inglaterra. Do mesmo modo, quem vê uma foto da Estátua da Liberdade logo a associa a Nova Iorque, mesmo que acredite ser a Big Apple a capital dos Estados Unidos.

A construção da Torre é uma curiosa história de sagacidade e – quiçá – esperteza de seu projetista. Pra começar, saibam a todos a quem tiverem acesso a este texto, a Torre não foi concebida por Gustave Eiffel, mas por dois sujeitos chamados Maurice Koechlin e Émile Nouguier. Ambos eram engenheiros, e trabalhavam numa empresa chamada Eiffel & cia. Eiffel adquiriu de ambos os direitos sobre o desenho primitivo da Torre e, com isso, ganhou exclusividade total sobre o projeto. Por isso a Torre levou seu nome.

A idéia era construir o maior monumento da Terra. Algo realmente grandioso, para festejar o centenário da Revolução Francesa e a Exposição Universal que teria lugar em Paris em 1889. Para isso, Eiffel, junto com seus arquitetos, fez algumas adaptações ao projeto original de Koechlin e Nouguier, mas manteve a idéia original: uma torre estruturada em ferro com mais de 300 m de altura. Encravada no meio do Champs de Mars, a Torre serviria de referência para a localização da feira e poderia ser vista de toda a cidade. E também para mostrar o avanço tecnológico do ser humano que, dominando a produção do ferro, poderia literalmente ir às alturas.

Com quatro pilares ligados entre si por arcos, a estrutura inteira é conectada por um emaranhado de ferro, o que ajuda a distribuir o peso por igual entre a estrutura. Além disso, a forma de V invertido faz com que o peso maior da parte da baixo da estrutura possa suportar com tranqüilidade o peso da parte de cima, mais leve.

Por incrível que pareça, a Torre foi construída com prazo de validade. Por 20 anos, ela devia pairar soberana sob o céu parisiense. Depois, deveria ser demolida. (Sim, algum maluco pensou em derrubá-la). Aliás, foi isso que aconteceu com todas as estruturas montadas para a Expo de 1889.

Mas a Torre tinha a seu favor a altura. Com o desenvolvimento das telecomunicações, não havia lugar melhor para instalar uma antena de rádio do que na Torre. Foi isso que a salvou da demolição em 1909, quando se venceu o prazo de duração.

Depois, é claro, a população foi se afeiçoando a ela, de modo que passou a fazer parte da própria identidade parisiense.

Do alto, em dias claros, é possível ver até 30km de distância. De lá, grandes edifícios como o Louvre e a Notre Dame parecem maquetes de brinquedo.

Pra quem vai a Paris, poucas experiências são tão emocionantes como ver a Torre pela primeira vez. É como se todos os sonhos de infância se tivessem realizado. De repente, aquele imagem que só aparecia em filme nas telas de TV está ali, na sua frente, à distância de uma caminhada.

Respire fundo, enxugue as lágrimas e profitez. De algum modo, os sonhos se realizam. É o que você vai entender, indo a Paris.

Esta entrada foi publicada em Arquitetura, Dicas de viagem. Adicione o link permanente aos seus favoritos.

3 Responses to A Torre Eiffel

  1. Avatar de Kellyne Kellyne disse:

    Oh là là, c’est très jolie cette histoire!

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.