O Panteão

Já que outro dia falei aqui da città eterna, nada mais justo do que falar um pouco da sua magnífica arquitetura.

Uma das principais atrações de Roma é, sem dúvida, o Panteão.

O Panteão impressiona primeiro pela imponência. Ela encontra-se solitário no centro de algo parecido com uma praça. Numa cidade apinhada de edifícios, o lugar onde ele se encontra dá-lhe um aspecto de leveza. É como se flutuasse no meio daquele espaço aberto, saindo da sensação de claustrofobia sentida ao andar-se durante as vielas.

Contrastando com a aparência, digamos, fechada da fronte externa, o interior do Panteão é todo aberto. Não há obstáculos no meio a impedir a visão de todo o espaço interno. Fora isso, há ainda um óculo no centro do teto, para permitir a entrada de luz (permite também a entrada da chuva, mas como não havia energia elétrica nos primeiros anos da Era Cristã, faz sentido).

Contruído 30 anos antes de Cristo, o Panteão é o único edifício romano daquela época a se encontrar em perfeito estado de conservação. Trata-se de um monumento à capacidade e à sagacidade dos arquitetos romanos. A estrutura cupular do teto foi um desafio tamanho que jamais foi igualado. Até hoje, é a mais cúpula em diâmetro do planeta (43m).

A cúpula se apóia sobre grossas paredes que dão um aspecto cilíndrico ao prédio. Mas o segredo está no material da cúpula. Utilizou-se pedra-pome, mais leve, para impedir a estrutura inteira de desabar sem apoio. Fora isso, fizeram-se vários pequenos “quadrados”, colados um ao outro com cimento, de modo a distribuir o peso de modo uniforme entre eles até o ponto final, no qual se apóiam por sobre as paredes.

Para se ter uma idéia do avanço representado por essa construção, Michelangelo Buonarroti, chamado a resolver o problema da cúpula da Basílica de São Pedro, foi estudar uma solução para construi-la justamente no Panteão. Isso 1500 anos depois de sua construção. Em suma: sem o Panteão, é possível que a Basílica de São Pedro só fosse terminada por volta do final do século XIX, quando a tecnologia da construção civil adquiriu tecnologia suficiente para construir algo dessa natureza, embora seja certo que, com um gênio como Michelangelo, seria possível imaginar alguma forma de realizar a empreitada.

Construído para ser um templo pagão, dedicado a todos os deuses romanos, o Panteão foi doado pelo Imperador Bizantino Focas ao Papa Bonifácio IV, que o transformou na Igreja de Santa Maria dos Mártires. Tendo em vista a posterior demolição da antiga Catedral de São Pedro, o Panteão hoje é a igreja mais antiga de Roma. (Wikipedia)

Fora a arquitetura, o Panteão abriga dentro de si as tumbas de Rafael, o pintor, dos reis Vittorio Emanuele e Umberto I.

Pra quem vai a Roma, trata-se de visita obrigatória. Aula simultânea de história, arquitetura e engenharia.

 

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