Pois é, meus caros.
Educação está aqui não no sentido de adquirir conhecimento, estudar coisas novas, mas no sentido de polidez, de bom trato para com o próximo, de respeito ao seu semelhante.
Certa vez, estávamos eu e Grandpa na piscina de sua casa. Grandpa sorvia um Red, e eu, a boa e velha Coca-cola. Discutíamos sei-lá-o-quê, quando um dos empregados da casa nos trouxe na piscina as indefectíveis bolachas cocktail cracker, acompanhadas de um bom patê. Quando o empregado trouxe, Grandpa fez questão de agradecer-lhe:
“Muito obrigado”.
Do nada, virou-se para mim e começou a dizer:
“Veja: você sempre deve tratar bem quem quer que seja, especialmente os seus empregados. Porque não importa o que for, se você acredita em Deus ou não, agora você está aqui sendo servido por ele. Mas você perfeitamente poderia estar do outro lado, servindo ao invés de ser servido”.
É verdade. Seja por conta da Providência Divina – caso se acredite em Deus – ou por pura obra do acaso – caso acredite nos dados -, o fato é que, de um ou de outro modo, você poderia estar do outro lado, trazendo as bolachas com patê, ao invés de comê-las.
Com a corrida desenfreada de hoje em dia para subir na vida, muita gente se esquece de detalhes mínimos, que, no final das contas, acabam fazendo a diferença entre um ser humano educado e outro, mal educado. Grandpa, por exemplo, foi um sujeito muito importante. Até Presidente da República já recebeu para jantar em sua casa. No entanto, nunca se esqueceu do começo da carreira, do chão da fábrica. Isso certamente deve tê-lo ajudado a, quando atingiu postos maiores, tratar os seus subordinados com a mesma educação que gostaria de receber.
Nem todo mundo tem, digamos, essa sorte. Às vezes, é simplesmente catapultado pra uma posição de poder e, quando chega lá, a fama sobe à cabeça. Acha-se onipotente e onisciente. Pensa que todo o resto do planeta lhe deve referência. Na maioria dos casos, o ego é inflado na razão inversa da importância do cargo que ocupa. É o que gosto de chamar de SPA – Síndrome da Pequena Autoridade. Que pode ser perfeitamente resumida ao velho adágio popular: “Quer conhecer alguém? Dê-lhe uma caneta”.
Felizmente, esse tipo de mal é eficazmente combatido com a história. Sim, pois se há algo que a história ensina é que o mundo dá voltas; que você pode estar por cima numa hora, mas, em outra, pode estar bem por baixo. E são as atitudes que você toma quando está por cima que dizem mais do seu verdadeiro caráter.
Homem sábio o seu avô… Bjos
Oh, yeah. Beijos.