A força da música caipira

Saindo um pouco da mesmice e aproveitando um certo marasmo nas áreas políticas nacional e internacional, vamos retomar uma das seções mais cultuadas deste espaço: a sempre presente Música. E, para celebrar o retorno em alto estilo, vamos resgatar uma das figuras mais lendárias da Música Popular Brasileira: Renato Teixeira.

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Paulista de Santos, Renato Teixeira fez-se e criou-se no interior do país. Ao contrário da grande maioria dos grandes compositores da MPB, Teixeira desconheceu grandes cidades até a vida adulta. Se Tom Jobim e Vinícius, por exemplo, criaram-se no Rio de Janeiro – e, de certa forma, também criaram a cidade -, assim como Chico Buarque e Paulinho da Viola, esse quase desconhecido cantor e compositor preferiu a vida pacata das pequenas cidades. De Santos ele partiu para Ubatuba, e de Ubatuba foi para Taubaté, mas de lá só sairia aos 24 anos de idade, quando já era moço completo. O destino, claro, não poderia ser outro senão a Paulicéia Desvairada, o grande motor econômico do Brasil: São Paulo.

Na capital paulista, Renato Teixeira acabou por arrumar emprego em um daqueles bares onde fervilhava a grande geração da MPB que surgia após o golpe militar de 1964. Em plena Rua Augusta, Renato Teixeira pôde ver e presenciar a ascensão de nomes como Caetano Veloso, Gal Costa e Geraldo Vandré. Quando não dividiam a mesa, dividiam o copo. E Renato Teixeira, literalmente, pôde beber da influência que esses verdadeiros mitos da música popular brasileira exalavam pelos poros.

Foi com Gal Costa, aliás, que Renato Teixeira emplacou seu primeiro sucesso. Como bom aspirante a música da metade dos anos 60 no Brasil, Teixeira começou a abrir as portas através dos festivais de música promovidos pelas redes de televisão da época. E foi justamente em um Festival da Record enfiou uma de suas primeiras canções como finalista de 1969: Dadá Maria.

Daí pra frente, com as portas abertas, Renato Teixeira foi se esgueirando aos poucos no intrincado mundo da música brasileira. Depois de alguns anos de certo anonimato, Renato Teixeira voltou à ribalta através de outra grande cantora nacional: Elis Regina. E a reestréia não poderia ser em melhor estilo. Assumindo sua persona caipira, Teixeira escreveu um dos maiores hinos da década de 70, reverenciada até hoje como uma das mais belas canções da Música Popular Brasileira: Romaria.

Agora já como estrela da MPB, Teixeira foi então convidado para compor a trilha sonora de um dos seriados da TV Globo. Como Romaria já estava inserida no conjunto, a Globo achou por bem colocar outra de suas canções como abertura da série. E foi assim que Frete passou a abrir as chamadas de Carga Pesada, um dos maiores sucessos televisivos de todos os tempos:

A parceira com a Globo deu tão certo que Renato Teixeira foi convidado para criar uma abertura para outro programa da emissora carioca. Numa feliz parceria com seu amigo Almir Sater, Amanheceu tornou-se quase a música de despertar dos domingos para quem viveu os gostosos anos 80:

Com Almir Sater, aliás, Renato Teixeira compôs outro de seus grandes sucessos. Uma música que reúne, a um só tempo, a simplicidade da vida no interior e a sabedoria de quem vive longe das grandes cidades. Na voz marcante de Maria Bethânia, Tocando em frente é uma verdadeira ode à vida caipira e – por que não? – da vida em geral.

Fica aqui, portanto, o convite para que você conheça um pouco mais desse grande compositor brasileiro. Você não vai se arrepender, eu garanto.

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