Quando os vulcões eram apenas imagens que passavam no Jornal Nacional e causavam transtorno em alguma outra parte do mundo, não passavam de mero objeto de curiosidade, algo muito distante da nossa realidade. Agora, com um vulcão chileno deixando literalmente o ar mais pesado aqui na vizinhança, talvez convenha entender melhor como funcionam essas máquinas de soltar fogo e fumaça.
Pelo senso comum, vulcões são montanhas com um buraco em cima do qual saem lava e cinzas. No entanto, nem sempre é assim que eles se apresentam.
Um vulcão é uma fissura na crostra terrestre, a grande massa de terra que separa a superfície das camadas mais interiores da Terra. A crosta tem entre 5km e 10km de espessura nos oceanos, e entre 32 km e 70km nos continentes (Howstuffworks)
Abaixo da crosta terrestre, há uma grande quantidade de rocha e material derretido, mantidos nesse estado por força do calor e pela pressão do núcleo da Terra. É o chamado manto terrestre. Todavia, a crosta terrestre não forma um todo uniforme; há lugares mais estáveis e outros, mais instáveis. Isso se dá por conta da movimentação das placas tectônicas, as imensas áreas sobre as quais repousam os continentes (ver post sobre Por que não tsunamis e terremotos no Brasil).
Nos lugares em que as placas se movimentam umas contra as outras, o surgimento dessas fissuras – conhecidas como crateras – fica mais fácil, justamente por conta do atrito entre elas. Quando isso acontece, a pressão da movimentação das placas “lança” o magma pra cima, que sai pelo buraco aberto na crosta terrestre (cratera). É examente nessas circunstâncias que ocorrem as erupções vulcânicas.
Entretanto, é possível que haja também “falhas” no meio das placas tectônicas. Os buracos no meio delas são os que permitem que haja vulcões situados fora das zonas de interseção de placas tectônicas.
Os vulcões são normalmente classificados em: ativos, adormecidos e extintos. Ativos, os que demonstram algum sinal de atividade. Adormecidos, os que tiveram eurpção nos últimos 10.000 anos. Extintos, os que não deram as caras há mais de 10.000 anos. Embora o critério seja altamente subjetivo, pois ninguém decifrou ao certo os mecanismos de formação dos vulcões, a classificação é majoritariamente aceita por todo mundo.
Embora os vulcões causem destruição e espalhem pânico para a população vizinha, o fato é que, sem os vulcões, dificilmente estaríamos aqui. Isto é: poderíamos até estar, mas vivendo em balsas. É da cristalização do magma derretido que derivam os continentes, as ilhas, e todo o resto de chão sobre o qual pisamos. Os vulcões, portanto, são instrumento decisivo na formação da Terra. São eles que moldam a camada terrestre e, de certo modo, a renovam, permitindo que o planeta esteja sempre em constante evolução geólogica.
Há quem sustente, também, que as recentes erupções em seqüência espalhadas pelo mundo são uma forma de a Terra vingar-se de nós. Um modo de o planeta reclamar do que estamos fazendo com ele. Mais ou menos um “Peraê, pearê, peraê, tá pensando o quê? Tá pensando o quê?” Não há estudos ou indícios científicos que amparem essa conclusão.
Mas – quer saber? – eu não ficaria exatamente surpreso se fosse verdade.
nao tem como traduzir
Não entendi o “não tem como trazudir”. Você poderia explicar melhor o que queria dizer?