Progressicamente Rock

By Sandro Novais

A pedido do Autor, dou seguimento ao excelente post dele sobre o Pink Floyd, banda que praticamente moldou minhas preferências musicais.

É inegável que o disco “The Dark Side of the Moon” significou uma revolução no mundo da música. Assim, foi o primeiro a ter um caráter épico, com músicas orbitando em torno de um tema central e inovou nas técnicas de gravação (tudo sob a tutela do criterioso Alan Parsons).

Decerto, o público floydiano é vasto e não se limitou a uma geração, arregimentando fãs das mais variadas idades. Outro dia mesmo, uma rapaziada estadunidense, que compõe o The Flaming Lips, lançou o magistral “The Flaming Lips and Stardeath and White Dwarfs with Henry Rollins and Peaches Doing The Dark Side of the Moon” (2009). A obra – de título estrambólico – é uma homenagem rasgada ao Floyd, com releituras do “Dark Side […]” que fogem ao previsível e renovam o clássico com maestria.

Pois, bem, já que estamos no plano do progressivo, queria aproveitar para sugerir algumas bandas. Vou começar pela banda alemã Eloy que, assim como o Pink Floyd, conseguiu imprimir estilo próprio e fundar bases do gênero. A discografia das teutônicos é vasta, inclusive com trilhas sonoras de filmes. Assim, para os que querem ter um primeiro contato, seria interessante iniciar por uma coletânea. Certamente, a compilação “Timeless Passages” (em dois cd’s) agradará e deixará com vontade de escutar mais do Eloy.

Muito bom também apreciar o bom, velho e indefectível Marillion, que, claro, vai além da balada radiofônica “Kayleigh” e nos mostra que no progressivo cabe também uma boa saraivada de críticas, feitas no melhor humor inglês, ao establishment e à rotina sufocante da vidinha acomodada de sempre, notadamente a das elites britânicas.

De interessante trajetória, a também inglesa Porcupine Tree foi uma banda que antes mesmo de começar já tinha um plano, um projeto traçado e anunciado, que a levaria, inexoravelmente, a ser uma super banda de progressivo. E não deu outra, já que os caras, aplicados fãs do Pink Floyd e do Marillion, viviam pingando de show em show, bebendo das – ótimas – fontes e bolando fórmulas exitosas de sucesso. Em que pese a aparente, digamos, artificialidade da banda, tudo muda quando a escutamos. Os melhores anos, de 1991 a 1997, estão plasmados no excelente “The Delerium Years” e no imperdível DVD “Arriving Somewhere But Here”, gravado, em alta definição, no ano 2005.

E como não poderia deixar de ser, termino com algo mais de Pink Floyd, indicando uma obra interessantíssima, chamada “Metallic Spheres”. Composto de apenas quatro músicas, de autoria dos britânicos eletrônicos do The Orb, com a ilustre participação do guitar hero David Gilmour – aos desavisados, lead guitar e vocal floydiano –, o disco é relaxante e, apesar da suspeita de que nele haveria certo descompasso, a eletrônica casou muito bem com o folk. A título de curiosidade, vale comentar que os músicos não se encontraram para gravar, pois o material de Gilmour foi gravado em casa mesmo e posteriormente enviado ao The Orb para finalizar e, por fim, que a venda da obra vai ser inteiramente revertida para custear a defesa de um hacker que invadiu e sabotou os computadores do Pentágono.

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